26 setembro, 2011

Dust to dust

Penso que tinha uma música ao fundo, qual eu não lembro bem, podia ser a “should i stay, should i go” do the clash, mas não tenho certeza. Vagueiam em minha mente também uma sala bagunçada, uma garrafa de tequila aberta, sal pelo chão grudento, um copo com whisky ao lado de uma rede pendurada no meio da sala e alguns limões secos em cima de um banco de madeira. Espalhados tinham vários copos de "shots" sujos que pareciam roubados de diversos lugares diferentes pois alguns tinham inscrições e cada um tinha um estilo, não faziam parte de um conjunto. Lembro muito do cheiro forte de cigarro e dos vários cinzeiros lotados. 
Só sei que em determinado momento da noite, especificamente quando tocava essa música da qual eu não tenho certeza, ela se aproximou com uns olhos apertados, cravou-os bem no fundo dos meus parecendo que perscrutava os meus mais íntimos pensamentos, abriu a boca e me beijou. Senti a saliva ácida picando minha língua feito um enxame de vespas, o gosto amargo desceu pela minha garganta entorpecendo-a. Ela enfiou a mão por dentro da minha calça, pegou forte no meu pau e o apertou, levei um susto e soltei um gemido mas não larguei aqueles lábios. Foi quando afastou o rosto ainda sorrindo e disse: "Ateu filho da puta, não adianta, do pó viestes e ao pó voltarás”