28 julho, 2015

Sobre o que eu sou (ou, da beleza em como os inteligentes xingam)

"Tu tinha razão quando disse que deveríamos nos afastar. Com o afastamento veio a serenidade e o entendimento.
Enfim entendi tua promiscuidade.
Não se restringe somente ao sexo; tá presente nas relações, nos “afetos”, na forma de viver.
O bom dessa superficialidade está em esconder a ausência de autenticidade (vide teu personagem de redes sociais desassociado à personalidade de seu criador).
É fácil demonstrar carinho, afeto, cuidado, sofrimento, sensibilidade, fragilidade e atenção no mundo virtual - cria-se uma plateia de ignorantes admiradores por alguém que, aparentemente, não tem receio de mostrar sua humanidade.
Entendi a importância da quantidade – não necessita integridade ao adentrar (nem é necessário adentrar, a superfície te basta, é local seguro) e, assim, não há risco em mostrar como se é de verdade; logo, não há risco em decepcionar ninguém e lidar com consequências e rejeições decorrentes.
Não creio que a mediocridade te defina, a superficialidade sim.
E não há mal algum nisso.
O mal está em ludibriar as pessoas com uma falsa imagem em troca de satisfazer tuas necessidades e carências, sem se importar com o que elas sentem (tu já me disse várias vezes que não se importa, além de ter demonstrado. Talvez isso explique por que tu trata mal a quem diz gostar e está perto). Eis o egoísmo que sempre mencionei (sou sútil com os adjetivos).
Bom, o fato é que me afeiçoei pelo personagem “virtual” – ele é interessante e carismático. Na convivência me foi possível distinguir um do outro – o ser real é vazio, por isso eternamente insatisfeito.
Sei que o que escrevo não é verdade universal, é só minha visão a teu respeito - apesar que nada que escrevi é novidade pra ti.

Não sinto mais raiva, tristeza, desolação, falta... sinto alívio por perceber que posso classificar tudo como um engano. E enganos acontecem e são facilmente superados e esquecidos.
Com o exposto é simples compreender minha falta de interesse em te manter, de nenhuma forma, em minha vida"