"Tu tinha razão quando disse que
deveríamos nos afastar. Com o afastamento veio a serenidade e o entendimento.
Enfim entendi tua promiscuidade.
Não se restringe somente ao sexo;
tá presente nas relações, nos “afetos”, na forma de viver.
O bom dessa superficialidade está
em esconder a ausência de autenticidade (vide teu personagem de redes sociais
desassociado à personalidade de seu criador).
É fácil demonstrar carinho,
afeto, cuidado, sofrimento, sensibilidade, fragilidade e atenção no mundo
virtual - cria-se uma plateia de ignorantes admiradores por alguém que, aparentemente,
não tem receio de mostrar sua humanidade.
Entendi a importância da
quantidade – não necessita integridade ao adentrar (nem é necessário adentrar,
a superfície te basta, é local seguro) e, assim, não há risco em mostrar como
se é de verdade; logo, não há risco em decepcionar ninguém e lidar com
consequências e rejeições decorrentes.
Não creio que a mediocridade te defina,
a superficialidade sim.
E não há mal algum nisso.
O mal está em ludibriar as
pessoas com uma falsa imagem em troca de satisfazer tuas necessidades e
carências, sem se importar com o que elas sentem (tu já me disse várias vezes
que não se importa, além de ter demonstrado. Talvez isso explique por que tu
trata mal a quem diz gostar e está perto). Eis o egoísmo que sempre mencionei
(sou sútil com os adjetivos).
Bom, o fato é que me afeiçoei
pelo personagem “virtual” – ele é interessante e carismático. Na convivência me
foi possível distinguir um do outro – o ser real é vazio, por isso eternamente
insatisfeito.
Sei que o que escrevo não é
verdade universal, é só minha visão a teu respeito - apesar que nada que escrevi é novidade pra ti.
Não sinto mais raiva, tristeza,
desolação, falta... sinto alívio por perceber que posso classificar tudo como um
engano. E enganos acontecem e são facilmente superados e esquecidos.
Com o exposto é simples
compreender minha falta de interesse em te manter, de nenhuma forma, em minha
vida"