13 agosto, 2009

Pura e simplesmente, aparência.

Estou a disposição da moça, a mercê de sua vontade, é só dar qualquer deixa que me apaixono. Ainda bem que ela não quer.

06 agosto, 2009

Pedra n'água é Patchibum!!!

Esse chão parece tão gostoso. Aperto com a mão mas ele escapa entre os dedos. Levo o que resta à minha boca, é crocante, porém o gosto não é bom. Tento cuspir, só consigo babar. Acho que a areia nunca mais sairá da minha língua!

É engraçado ver meu pai, ele faz cada som esquisito com a boca. Pega essas coisinhas redondas desse chão fofo e joga-as na água, não na água de beber que mora dentro da mamadeira, naquela água enorme e gelada que corre entre as árvores e que ele gosta de colocar meus pés.

O meu pai chama minha atenção até que eu o olhe, nunca me viro da primeira vez. Ele precisa se esforçar, afinal tudo em volta é tão interessante! Faz o movimento com a mão repetidamente, com gestos bem marcados antes de soltar a pedrinha. Ao lançá-la, faz uma trajetória longa, difícil de acompanhar, e cai n'água fazendo um barulho engraçado. Junto com o som meu pai fala: "Patchibum".

Minha cabeça fica remoendo essa palavra: Patchibum. Ela faz cócegas na minha cabeça quando percebo que é o mesmo som que a pedra faz n'água.

Tento pegar uma pedrinha também, mas não é tão fácil quanto pensei, meus dedos são pequenos e ela é escorregadia. Finalmente consigo. Imito o mesmo movimento do meu pai, porém a pedra não faz o mesmo caminho, ela sobe e cai direto na minha cabeça!

-"Patchibum" - Falo enquanto jogo mais uma, talvez seja uma palavra necessária para que a pedra atinja a água. Nada! De novo na minha cabeça.

Acho que meu pai percebe e, esticando aqueles braços enormes e elásticos que ele tem, me carrega do jeito divertido e, me fazendo de avião, me coloca sentada em uma pedra grande pra servir de cadeira. Os meus pés ficam dentro da água. Assusto-me a princípio, está muito gelada e penso em chorar. Não entendo essa insistência de meu pai em colocar meu pezinhos ali, mas então penso que aqui, pertinho, na beirinha da água, consigo fazer patchibum.

Pego uma pedrinha e jogo. - Patchibum - E não é que dá certo? Ela quica em minha cabeça e mergulha com o barulho engraçado dentro d'água. Fico tão feliz que solto uma gargalhada.

- Patchibum, Patchibum, Patchibum - Jogo várias pedrinhas consecutivamente dentro da água berrando patchibum cada vez mais alto, isso é muito divertido.

Meu pai me olha todo orgulhoso e, na esperança de que eu o imite como fiz com o Patchibum, dispara a falar:

- Papai, pai, papai. Fala papai. pai Papai papai. Papapapapapa papai. Falaaaa.

Resolvo olhar pra ele, as vezes o coitadinho merece um pouco da minha atenção. Encaro aqueles olhos enormes e sorrio. Abro a boca e falo:

- Pa, pa... patchibum.

Ele tá pensando o que? As coisas não serão tão fáceis quanto ele pensa.