28 janeiro, 2009

16 janeiro, 2009

Porta na cara

E nao me venha com essa ausencia descarada. Nem com esse ultimo escarrar de palavras encerrando minha resposta com um bater de porta na cara. Isso é coisa de casal, algo que nao somos mais.
Nao adianta sair pisando firme, nem franzir o cenho e amarrar esse bico na cara (apesar de ficar linda com ele). Voce nao me odeia por causa dos meus pensamentos. Voce me odeia porque ve sentido neles, os entende. Voce é fabricada pela mesma logica, a mesma materia racional e insensivel que constituem minha falta de crença. Entao o que voce odeia é a propria sensação de que, mesmo nao querendo, algo se encaixa no meio desse monte de improperios que vomito a torto e a direito.
É quando se esconde, tenta nao pensar muito no assunto. Leva a vida em buracos cheios de pessoas desinteressantes e futeis, preenche seu tempo fugindo da propria forma de pensar, entra na multidão tentando se perder no meio de algum templo gigantesco e esnobe. Mas sente que, beeeeem la no fundo, tua mente nao te deixa em paz.
Sinto muito mas voce nunca vai conseguir correr o suficiente para fugir do seu proprio raciocinio, por mais imbecis que jogue em sua cama. E é isso que te mata, é isso que você odeia, é isso que te rouba o sono a noite.

Na verdade voce nao me odeia, voce se odeia ao perceber que é como eu.