26 dezembro, 2017

Do outro lado da rua

Era em frente a sua casa.
Ela desembarcou do carro de alguém, despediu-se ligeiramente e foi em direção ao portão.
Olhou pra trás de soslaio e flagrou-o desenhando em um bloquinho preto.
Mesmo intrigada, entrou e esqueceu.
A cena repetiu-se toda semana por vários meses.
Cada sexta-feira estava lá, sentado do outro lado da rua, vendo-a chegar com suas sandálias rasteiras, saia hippie e óculos escuros, sempre olhando no celular.
Um dia ela atravessou a rua.
Ele se assustou. Endireitou as costas escoradas ao muro e perdeu a cor. Não sabia o que esperar.
Ela mexeu em sua bolsa sem olhar e tirou algo de dentro.
Frente a frente, entregou-lhe uma foto sua.
Ele virou o rosto e fechou os olhos afastando a foto com a mão, como quem se depara com algo profano.
- Quero continuar desenhando da maneira que lhe vejo. - disse-lhe.
Ela não conseguiu ver o caderno, mas voltou pra casa com a certeza de que estava bela no desenho do rapaz.

18 dezembro, 2017

"Da noite que soube que não era bom suficiente pra ser chamado pra festa" ou "Da incompreendida genialidade dos Dj's"

Deitado na cama ela começou a esfregar, de costas, seu corpo nu no meu. Entre gemidos pegou minha mão direita e posicionou em seu peito, tomando cuidado para não irritar o piercieng recém colocado no mamilo. Minha outra mão foi puxada para sua boceta em uma suplica masturbatória.

Meu pau continuava incólume e flácido roçando sua bunda, então puxei seu ombro posicionando-me sobre ela. Olhei fundo naqueles olhos aproximando meu rosto até que nossos narizes se tocassem.

Misturando o álcool de nossos hálitos, disse-lhe:
- Se me queres de pau duro, basta me beijar.


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De tantos talentos possíveis,
Pra fodas a quem convidar,
Nada se faz mais premente.
Que quem uma musica maneira, saiba botar pra tocar.

todos juntos por um mundo com mais academias e menos livros