21 janeiro, 2013

Pesadelos e água gelada

Jairo acordou suado, ainda estava confuso tentando separar o que era sonho de realidade. Pensava se era verdade que tinha matado alguém a pedido de Laura ou se era realmente somente um pesadelo como a ausência de lembrança de tal crime assim apontava. Sua mente estava confusa, sentia que os parentes iriam sentir falta da vítima e não sabia onde Laura a havia enterrado apesar de tê-la ouvido falar que ninguém nunca encontraria o corpo. Sua mente sabia que a policia não pararia de procurá-lo e assim sua liberdade estaria ameaçada. Sim, ele sabia que essa conversa com Laura era sonho, sabia que todo esse raciocínio tinha sido um sonho, o que o estava agoniando e que não conseguia descobrir se o assassinato também o era.

A sensação não o largava enquanto olhava em volta tentando encontrar alguma pista de onde estava. Havia alguém mais no quarto, disso tinha certeza pois escutava a respiração. O breu do aposento não o permitia enxergar um palmo adiante do nariz. Tateou em volta e encontrou uma bunda, apertou-a e escutou um gemido junto com uma rebolada de consentimento. Devia ser Laura, pensou Jairo enquanto aproveitava para acariciá-la mais intimamente. Começou a masturbá-la sem contudo perder a sensação estranha de perigo. Permaneceu sentado no escuro compenetrado enquanto a mão fazia os movimentos ritmados acompanhados pelos gemidos femininos que Jairo imaginava que fossem de Laura.

Parou com as carícias para ir pegar água, Laura reclamou. Foi até a geladeira sem acender a luz, andou arrastando os pés para não pisar em cima de nada pois o chão estava coberto de coisas jogadas. Chutou copo cheio de cinzas e bitucas de cigarro e praguejou. Tomou a água direto da garrafa, agradeceu a si mesmo por ter se lembrado de enchê-la antes de dormir, seu estômago estava pegando fogo, a aǵua gelada desceu aliviando um pouco a sensação.

Sua cabeça rodopiava um pouco, não sabia se era a cerveja, o whisky ou a cachaça da noite anterior que fodêra seu estômago, apertou a barriga e se apoiou na geladeira. Imaginou que Laura, se é que era ela, deveria ter voltado a dormir.

Pensou mais uma vez no assassinato mas não havia como resolver o mistério, não sabia se tinha matado alguém ou não. voltou para a cama pisando as bitucas e cinza espalhadas. Deitou no colchão com os pés sujos mesmo, afastou a calcinha de quem ele achava ser Laura e a fodeu até esquecer o sonho. Voltou a dormir.