Toda minha vida aliás, imergiu nessa mesma aura etérea, nessa eterna melancolia que me consome até hoje. Quando puxo aqueles cabelos imagino que, algum dia, minhas mãos passarão direto e perceberei que se trata de um espectro, um sonho insistente do qual não consigo despertar. Porém, é justamente quando puxo aqueles cabelos e a cavalgo, quando ouço aqueles gritos, o único momento em que saio de dentro dessas brumas que habito e entrevejo o realmente sou. É no gozo conjunto, no tremer da carne, na cuspida dentro daquela boca, no cheiro do suor, no som dos tapas na cara, no ejacular na garganta, no foder dolorido a que nos consagramos é que consigo abrir um pouco os olhos e contemplar a realidade.