07 dezembro, 2006

No olho do furacão

Olho impotente aqueles olhos assustados. Nunca me acostumo com elas, pessoas arrastadas para o furacão e que não fazem parte dele. Esse furacão desenhado com violência, formado pelo movimento perdido de pessoas vis, baixas e sujas e que cercam o mundo que tenta ser correto e direito. Esse furacão criado na marginalidade, que carrega inocentes e as vezes os estraçalha, dança e se alimenta em volta dessa sociedade que não o entende nem é entendida por ele. Um furacão formado por atos falhos, ou seja, discursos bem sucedidos.

Existem algumas pessoas que não querem mais fazer parte disso e tentam descer desse rodopio, mas muitas chegam a fronteira, são puxadas novamente e não são fortes o suficiente para resistir. Talvez não seja questão de opção, essas pessoas são assim, nascem para ser furacão e, apesar de não gostarem, arrastam outros pra sua lama.


"O que você fez, daquilo que te fizeram?"
Jean-Paul Sartre

2 comentários:

Anônimo disse...

levo.
:)

Petite disse...

Dá pra sair do furacao,
dá pra deixar de ser furacão.