02 agosto, 2007

Mulheres desinteressantes



Estava conversando a respeito de alguns filmes e o famoso Jules et Jim foi citado. Esse é um dos filmes hors concours que eu detesto.

Minha forma de medir o quanto gostei do filme é somente imaginar minha vontade de assistí-lo novamente e, no caso de Jules et Jim e Kill Bill entre outros, quando preciso fazer uma força sobrenatural para ficar até o fim, quer dizer que odiei.

Não procuro fazer uma racionalização em cima dos meus gostos como fazem muitos cinéfilos (termo que me incluo no oposto), apenas gosto ou não gosto. Não possuo a pretensão de que alguém tenham a mesma impressão que eu, ou em influenciar para tal.

Porém acho que percebi o que não me convence no caso Jules et Jim, e é o mesmo que não me desanimou no livro do Lossa, Travessuras da Menina Má. Ambos são construídos em cima de um interesse do personagem principal sobre uma moça, e essa moça não me convence, é completamente desinteressante, o que leva o resto do filme/livro ralo abaixo.

Percebo o esforço do autor em tentar tornar essas moças interessantes dotando-as de atributos onde a maioria dos homens que assistem esses filmes se interessariam (independência, espontaneidade, promiscuidade, certo nivel de cultura, e uma forte tendência ao foda-se), mas em vão, por algum motivo não consegue convencer e a personagem fica ridícula e só dá a vontade de mandá-la a merda o tempo inteiro.

E por isso preciso me esforçar para chegar ao fim de uma obra que se desenvolve em torno de uma mulher que consegue ser no máximo muito irritante.

5 comentários:

Márcio Hachmann disse...

Pior quando a gente encontra tipos assim em carne e osso. Sabem se perfumar, mas mesmo assim sufocam. ;)

Anônimo disse...

Putz. Eu tenho uma visão de Catherine tão diferente! Ah, acho que tem um super valor sim. Porque ela apesar de irritante, difícil, muitas vezes hermética, faz isso com os moços: causa uma espécie de fascinação que não os deixam mandá-la a merda simplesmente e ir embora, mesmo se sentindo sufocados e incomodados. Eles ficam, e querem mais. E mais: sim, Catherine é um personagem extremamente real e encontrável na vida.

Beijo.

Luiz Roberto Lins Almeida disse...

cara, a Lolita é diferente. nada de cultura, nada de independência. O livro é ótimo.
Quanto a Kill Bill, acho que o Tarantino acabou por fazê-lo muito longo. Fico com Caes de aluguel.
abração

Isadora Eckardt disse...

Te desafio agora a escrever um texto em que fale de mulheres interessantes...

E tu? Será que és tão interessante quanto o teu sorriso? Me permita por favor a ousadia do comentário, mas acho que tu és merecedor dele.

Isadora Eckardt disse...

Agora me lembro! Tu és o guri que comentava sobre meus textos no Ponto Cego exclamando "ducaralho"! Ahahahaha!!!