- Valeu Tio.
A adolescente ainda estica o dedão para o céu antes de entrar no bar levando de carona o cigarro que acabei de acender.
-
Tio é o seu cú - respondo imediatamente mas não tenho certeza de que
ela chegou a escutar antes de entrar na porta abarrotada de jovens à
qual ainda resolvi não enfrentar.
Você
ouviu o que ela disse? - viro-me para minha namorada mas percebo que
não está mais do meu lado, conversa animadamente com dois sujeitos da
idade dela, um tem cara de estrangeiro e não me parece que está falando
nossa língua. Escoro na lixeira metálica verde do meu lado e bebo o
resto da lata de cerveja. Olho em volta e só tem um grupo de rapazes
discutindo religião na minha frente, não vou me meter, acendo um cigarro
e vou atrás de algo para beber. Olho para dentro do bar e não crio
coragem, muita gente se atropelando na porta e mais uma fila enorme do
lado de fora. Minha namorada continua conversando empolgada, resolvo
andar até a loja de conveniência que não fica muito distante de onde
estamos.
Passo
por vários grupinhos que estão fumando maconha. Um dos adolescentes de
um desses grupos me pede um cigarro, acendo e entrego a ele em troca de
um pouco da vodka vagabunda que eles estão bebendo, dou um gole grande
que me queima um pouco por dentro, alivio acendendo mais um cigarro.
Peço
três latas de cerveja e um maço de cigarros, o rapaz da conveniência me
atende antes dos outros moleques que se empurram pela janela da loja,
nessa hora ser mais velho me ajuda um pouco.
Volto
e minha namorada já não está mais conversando com os dois sujeitos,
agora está com um grupo de duas meninas e um garoto. Quando chego
abraçando-a por trás (instinto machista de demonstrar posse) vejo que
uma das garotas é a menina que me chamou de tio. O assunto da roda é
aventuras sexuais, fico mais a vontade e ofereço uma ceveja pra minha
namorada e outra ao grupo. Minha namorada fala jogando os braços
compridos dela para todos os lados, vejo que está tentando impressionar
mas ainda não identifiquei quem, pode ser qualquer um do grupo ou de
fora dele. Gosto de ouvi-la contando vantagem, enquanto todos usam
histórias rápidas ela se extende em epopéias intermináveis. Ela sabe do
que está falando, conta sobre suas peripécias com outras garotas, não me
intrometo. Percebo que o único que está um pouco incomodado do grupo é o
rapaz, deve ser menos experiente e fica calado. Eu também não falo nada
mas por outro motivo, nesse assunto é melhor deixar as coisas correrem
por conta própria, o que quer que diga vai atrapalhar a conversa, e isso
eu não quero. Mesmo que minha namorada não esteja chamando o rapaz para
a conversa percebo, por experiência, que é a ele quem está tentando
impressionar, não posso censurá-la, até que o rapaz é bonito.
Confesso
que, ao ouví-las falando sobre essas putarias todas acabo pensando em
um menáge, mas essas coisas quem define é minha namorada, não vou me
intrometer. Termino minha cerveja e resolvo enfrentar a multidão do bar,
o grupo decide entrar também e vão na frente. Escuto alguns fragmentos
da conversa de minha namorada com a menina-tio que demonstram que estão
marcando alguma coisa pra mais tarde. Sorrio e pego forte na bunda de
minha namorada que está com um short apertado, passo pelos dois rapazes
com quem estava conversando e eles nos seguem com os olhos. Tio é o seu
cú.
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