06 abril, 2015

Da lucidez e da distância (1 km vs 3000 km)


Existe uma importância solene no momento em que nos percebemos desimportantes. Uma lucidez cruel na percepção do todo e do qual não mais fazemos parte.
E assim foi, conforme ela falava eu diminuía. A cada palavra acompanhada por um brilho no olhar eu encolhia. A importância da história vivida, ilustrada por inúmeros registros sorridentes e provocantes, me tiravam um grama de osso, uma nesga de músculo por frame.

No final só minha pele seca sobrava.

Eu não mais era grande parte dela, os vazios foram preenchidos mas não por mim. Pensei que ocupava aqueles espaços mas, se assim o fosse, não existiria a possibilidade dele ali ter estado, e esteve. E permanece.

Então agora, já que
o deliriuns tremens que te provocava não mais é exclusivo
minha boca já não beija melhor
minha graça não mais abre teu riso
minhas frases não despertam mais o interesse

me espanta que, de noite, no fim da festa,
o braço que ainda mais te abraça seja o meu.

6 comentários:

Anônimo disse...

Partilha

Inspirei-me nas belas histórias de um destino encantado,
Mergulhei nas fantasias daquela alegria que via no sorriso de menino.
Sorriso acessível, sorriso para quem quisesse.
Sorriso que sabe de onde veio e jamais para onde vai.

Equivoquei-me ao julgar que partilhavas somente sorrisos,
Partilhavas teus olhos, teus encantos, teu corpo.
Meus olhos que, até então, a mais ninguém dispus,
Caíram em um abismo úmido, solitário e frio.

Descobri a distância que separava meu sonho de tua realidade.
Desacreditei que pudéssemos seguir atrelados em caminhos distintos
Sem tropeçarmos em chagas – minhas, já concebidas, tuas a nascer.
Há no mundo ingenuidade que integre duas grandezas antagônicas?

Mas por fim encontro o contentamento de sentir-me única.
Pois, agora, quando teus braços - sempre envoltos de outros risos,
De outros rostos, sedentos por outros desejos, carnes e luxúria -
Me cercam, sem nada a receber, só assim, os sinto meus.

Anônimo disse...

Sobre o sofrimento
Prepotência achar que vc é a única.
Afinal, únicas tb foram, as Claras, Isas, Nandas, e Marias...
O nome já o descreve forasteiro. Esse sofrimento nada mais é que um ataque desesperado da falta de sentimento que hoje o cerca.
Amanhã, já não será mais você... Seja lá quem for.
Será a próxima que o abandonar.
Cada uma dessas inclusive vc o deixou como ele está agora.
Agora, acorde do seu sonho de princesa, pq nessa mesma noite ele estará nos braços de outra.
E novamente sua memória irá se apagar com relação a você.
Você só irá aparecer nas tardes de domingo em que ele perceber que a velhice esta chegando. E ainda te digo, não será vc que ele irá procurar.

forasteiro disse...

E assim o são

forasteiro disse...

E assim o são

Anônimo disse...

Prepotência é julgar que um ser tão cheio de nuances pode ser definido ou decifrado de maneira tão primária.
A mim, há tempo não importa em que braços, pernas ou seios, ele esteja.
A cada amor, mencionado de forma deselegante, ele se dispõe de maneira ímpar.
Prepotência é julgar que sairei de meu mundo encantado no qual, às vezes, o forasteiro é convidado de honra.
Chá, bolinhos e afagos nas tardes de domingo, mesmo na futura e tenra idade, são sempre agradáveis.
Acalme seu tenso coração.

Anônimo disse...

Palavras ao vento...

Não que no momento não sejam verdadeiras, mas são verdadeiras no exato momento onde os corpos, suores, olhos nos olhos, sorrisos de meninos e meninas, mãos, braços, beijos e abraços se entrelaçam e façam com que todas sintam-se únicas e especiais.
Então vem o abismo sim...
E todas mergulham nele.
Mergulham sabendo que terão o mesmo destino que outras?
Não!
Pulam no abismo, encarando o suicídio e ao mesmo tempo possuindo migalhas de esperanças de que "por que não pode ser diferente comigo?"
Afinal, sou o melhor beijo, a melhor foda de toda a vida de ambos.
Pra ela, a verdade.
Pra ele, uma armadilha, uma arapuca onde fêmeas sedentas e com desejos latentes encantam-se pelo sorriso e leveza e esquecem-se do resto do mundo e acreditam na veracidade de suas palavras.

Não sei se a pessoa com tantas nuances possa ser definida, mas fatos são maiores que ilusões, sensações e falsas palavras de uma pessoa que tem por essência uma natureza inquieta pelo desconhecido e pela liberdade em todas as suas formas e nuances.

Cada uma dá o que pode e por vezes, por vontade de que suas pernas se mantenham envoltas ao seu corpo, permite-se ir além donde jamais foi, pois um de seus encantos é despertar o desejo pelo desconhecido nelas também.

Felizes as que possuem registros, contos, poesias, fotos, que são provas cabais de que vocês todas foram, são e serão sempre indeléveis na vida do Forasteiro errante, que não quer ou não consegue ver que o futuro já se faz presente.

Triste mesmo é ouvir as mesmas palavras com uma avalanche avassaladora de intensidade e não fazer e não poder fazer parte de nenhum registro, porque outras se ofendem e não respeitam o teu momento.

Então você, que está vivendo toda aquele intensidade de sensações, parte, para que aquela que não respeitou o seu momento, passe a ocupá-lo.
O que resta?
O amargo!
O amargo que já foi intensificador de encontros memoráveis e que agora é o sabor da insignificância.