12 março, 2013

parado e empurrado

Passeio, no momento, em uma esteira rolante infinita
essa esteira percorre ruelas bem estreitas onde mal cabe a largura de meus ombros
meus braços quase roçam as gigantes vitrines que cercam essas vias
a vida acontece la dentro, protegida de mim por uma camada intransponível de vidro.
Quando vejo algo interessante, algo que me faria esmurrar e quebrar o isolamento, é tarde. Olho ainda para trás mas percebo que estou velho e a esteira já me carregou para longe,
então volto a olhar pra frente, resignado a ser conduzido

Estou desesperadamente desinteressado de tudo.

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