Iconoclasta, determinista, de beira de copo e fundo de cinzeiro, dono de um mundo de um eu só, mas inteiro.
I carry the sun in a golden cup. The moon in a silver bag.
30 setembro, 2020
dias quentes demais para estar aqui
Deitado na cama encharcada de suor, presente desses dias infernais que seguiram meu retorno, com a cabeça a mil tentando inventar motivos pra não pensar, crio textos desconexos e passo pro computador. Um vinho me chama sorrateiramente da minha cozinha, desprezo-o, ainda estou em horário de serviço e pretendo frequentar depois a detestável academia de ginástica, tortura a que me entrego para me sentir um pouco melhor comigo mesmo ao fazer algo em progresso a minha saúde e aparência. Talvez o único lado bom dessa inquietação que me compele seja a do retorno a preocupação com aparência, apesar de não estar bem certo se acho isso algo realmente positivo. Fico aqui, entre reuniões complexas e conversas de aplicativos, mascando a fumaça de cigarros que já prometi deixar e bebendo uma autocomiseração de agonias sobre relacionamentos impossíveis. As possibilidades, tanto futuras quanto as perdidas, rasgam meu cérebro com as unhas longas e duras que têm os planos que já nasceram mortos.
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Um comentário:
re-achei essa fucking vie!
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