
Sua mente estava torta, comum já que procedia uma ébria noite. Flashes de bizarros acontecimentos são disparados à todo momento e Jaime, inutilmente, tentava anulá-los.
Ele cantava músicas aleatoriamente para tentar não lembrar, falava sozinho, cada vez mais alto, tentando suplantar aquela voz irritante que berrava dentro dele e com quem, constantemente, discutia.
Apressa o passo, acha que com a velocidade poderia se afastar de seus fantasmas.
Falando sozinho e andando depressa, Jaime atraía olhares desconfiados. "Louco" sentenciam no bater do martelo comum feito da soma de seus medos. Vozes distantes o mediam. Vozes tão distantes e inúmeras quanto corretas, como sempre é a unanimidade. Vozes tão ridículas e inúteis quanto burras, como sempre é a unanimidade.
Jaime habitava a beira de um precipício vertiginoso e o vento emanado pelo forte hálito de suas não convicções o embalava e, perigosamente, aumentava. Ele percebia a iminência da loucura daquelas profundezas como algo tão palpável a ponto de sentir seu gosto. A clareza da realidade fugia ao seu senso de forma que as coisas e sensações não conseguiam adquirir a consistência suficiente para serem definidas como tais. Tudo era de matéria gelatinosa, tudo poderia desmanchar a qualquer momento. Toda a eternidade de sua vida (não se lembrava do começo, poderia não haver, existira sempre. E poderia não ter fim, nunca tinha morrido) poderia não ser nada.
Não interessa nada que não provenha dela, jaime agora, pensa dúvida. Sangra a boca de saudade e esvaece seus espectros. Sente sua presença de uma forma tão real que o assusta a ponto de procurá-la em volta.
Não queria pensar tanto nela, mas ele não é forte. Tudo que é está diferente perante ela. Sente vergonha do que foi, dessa eternidade insistente da noite passada.
Mas, pobre Jaime, ela nem sabe seu nome.
"...e cada qual no seu canto e cada canto sua dor..."
Ele cantava músicas aleatoriamente para tentar não lembrar, falava sozinho, cada vez mais alto, tentando suplantar aquela voz irritante que berrava dentro dele e com quem, constantemente, discutia.
Apressa o passo, acha que com a velocidade poderia se afastar de seus fantasmas.
Falando sozinho e andando depressa, Jaime atraía olhares desconfiados. "Louco" sentenciam no bater do martelo comum feito da soma de seus medos. Vozes distantes o mediam. Vozes tão distantes e inúmeras quanto corretas, como sempre é a unanimidade. Vozes tão ridículas e inúteis quanto burras, como sempre é a unanimidade.
Jaime habitava a beira de um precipício vertiginoso e o vento emanado pelo forte hálito de suas não convicções o embalava e, perigosamente, aumentava. Ele percebia a iminência da loucura daquelas profundezas como algo tão palpável a ponto de sentir seu gosto. A clareza da realidade fugia ao seu senso de forma que as coisas e sensações não conseguiam adquirir a consistência suficiente para serem definidas como tais. Tudo era de matéria gelatinosa, tudo poderia desmanchar a qualquer momento. Toda a eternidade de sua vida (não se lembrava do começo, poderia não haver, existira sempre. E poderia não ter fim, nunca tinha morrido) poderia não ser nada.
Não interessa nada que não provenha dela, jaime agora, pensa dúvida. Sangra a boca de saudade e esvaece seus espectros. Sente sua presença de uma forma tão real que o assusta a ponto de procurá-la em volta.
Não queria pensar tanto nela, mas ele não é forte. Tudo que é está diferente perante ela. Sente vergonha do que foi, dessa eternidade insistente da noite passada.
Mas, pobre Jaime, ela nem sabe seu nome.
"...e cada qual no seu canto e cada canto sua dor..."
4 comentários:
cara, o texto, como usual, tá bem narrado - nunca sei onde a 3ª pessoa se desvencilia da 1ª.
Além do mais, a foto tá mto bem trabalhada.
suerte
Texto consistente e bem construído
meu amor, eu tbm acho que vc nao merece.
Viver à beira tem lá seus atrativos. E vira um belo conto!!!
Beijos
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