21 setembro, 2007

You're breakin' my heart, so fuck you

Chega um tempo estranho, em que se percebe a vida como pontual. Pontual não no sentido cronológico, pontual no sentido de ponto, de pequeno, de único. Todos corremos tentando preencher essa porra de existência com horários e compromissos para tentar torná-la significante, quando esse esforço imenso, essas alegrias miseráveis, não passam de mera ilusão.
O que realmente importa, o que realmente nos afeta geralmente não passa de algo muito específico, único, e isso carregamos por todas essas firulas que criamos para matar o tempo.
Esse algo nos acompanha independente e separado de todo o resto, não adianta mudar de vida, não adianta ficar rico, trocar a viajem de ônibus por pedantes viajens de avião, fugir para outros paises ou alcançar um suposto sucesso profissional, não adianta se esconder em uma caverna na eterna solidão prepotente nem encher a casa de amigos risonhos e imbecis, você carregará aquilo junto. Seja na espanha, seja em um congresso que ministras, seja em outros vários relacionamentos, seja em um texto que, teoriamente, é direcionado a outra pessoa. Sempre ali no fundo, naquela vesga de lembrança ele aporta. Uma música é lembrada perdida dentro daquele ipod sempre desprezado, uma idéia que precisaria ser compartilhada, ou nas linhas que nos esforçamos imensamente para falar de algo mas, no final, percebemos que a maior parte do texto esta realmente falando de outra coisa.
E a isto estamos fadados, a correr atras de algo partindo desesperadamente no sentido contrário.
E nisso nos perdemos e nos enganamos.



"You're breakin' my heart
You're tearin' it apart
So fuck you
All I want to do
Is have a good time
Now I'm blue
You wanna boogaloo
Run down to Tramps
Have a dance or two--ooh!
You're breaking my heart
You're tearin' it apart
But fuck you"

Um comentário:

Luiz Roberto Lins Almeida disse...

pontual e, às vezes, passamos pelo mesmo ponto duas vezes. Ao menos é o que parece.