12 dezembro, 2005

O Enforcado

Mórbidas alternativas de inúteis sentimentos. Vis pagãos de fraca personalidade, dançam profanos em volta do fogo. O juramento foi feito, porém, ninguém se deu conta e a estranha realidade agora fez-se presente.
Os tortuosos caminhos acabaram por cruzar, trazendo à tona idéias em devaneios.
Ele busca um sentimento perdido que um dia teve. Sente falta das irresponsáveis emoções que o carregavam sem rumo por desconhecidas pairagens de medo e prazer.
-Impossí­vel! Já não é mais o mesmo homem.
O frio da lâmina busca o quente de seu sangue, o brilho da navalha chama sua atenção, a veia pulsa com mais força, quer rasgar-lhe a pele.
-NÃO!
-Covarde...
-Oh! Maldito meio termo.
Exclama enquanto chora por sua sina.
-Que estranho mundo composto de anônimos e perdidos personagens.
Concretiza suas faces em máscaras disformes e sem sentido, como em sua enorme e vazia existência. Alimenta a esperança que assim, talvez, seu medo passe.
-Idiota iludido.
Houve seu clamor os ecos da solidão. Afasta aqueles à quem quer pedir ajuda.
Outrora um leve sopro do remédio amenizava suas dores, hoje só aumenta.
As possibilidades de fuga vão se extinguindo.
Satisfaz o desejo...
E agora?
Vazio...
-Oh! Sonhada embriaguês.
Agora ele a espera. Mal sabe que ela não vem, desistiu.
Sua companhia agora é sua culpa, e não pode fazer nada contra isso...

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